segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O psicólogo clínico Manoel Borges Filho, explica a sociedade a compulsão pelas redes sociais.

Dr. Manoel, do ponto de vista psicológico, esse meio de comunicação pode revelar no ser humano carência, solidão e baixa autoestima?
  As compulsões, de modo geral, são hábitos aprendidos e seguidos para alguma gratificação emocional, normalmente alivio de ansiedade e/ou angustia, são hábitos mal adaptativos que já foram executados inúmeras vezes e acontecem quase de forma automática. Diz-se mal adaptativos, porque são executados para aliviar ou compensar a falta de algo, mas não cumprem seu real papel, que seria de bem estar pleno, por isso que se torna repetitivos.   
  Existem vários tipos de comportamentos compulsivos: por compras, por trabalho, por exercícios físicos, por comida etc... e por vezes as pessoas que mantém estes comportamentos, não percebem, são percebidos por pessoas que convivem com elas.
               A internet, como qualquer outra coisa, surgiu pela necessidade do homem, de conhecimento e comunicação entre as pessoas. Redes Sociais deveriam facilitar esta busca da humanidade, porem junto com esta necessidade de avanço vem os efeitos colaterais ou negativos: a compulsão. E como poderemos saber se estamos compulsivos? Se avaliarmos a intensidade e a frequência em que executamos estes comportamentos, o exagero causa prejuízo em todos os sentidos, as vezes, como estes atos são inconscientes, necessita de uma ajuda profissional para esta analise, se o individuo deixa de executar atividades da vida diária, troca a noite pelo dia, falha com compromissos pré-agendados, deve buscar entender o “porque” (causa) de tais comportamentos.
            O risco que corremos nas redes sociais é que ela nos leva para o mundo da fantasia, do “faz de conta”, tudo é permitido ou “mascarado” quando não estamos na presença do outro. E este mundo fantasioso é comum quando estamos na infância, adultos com este comportamento, remetem falta de maturidade, necessita de elaborar possíveis conflitos para tornarem-se maduros, mas alguns adultos não conseguem perceber que amadureceram e que necessita enfrentar desafios que a vida lhe oferece. Uma das causas do individuo preferir esta forma de comunicação fantasiosa, a virtual, é exatamente a carência, é como se não estivesse satisfeito consigo próprio, com a forma que se comunica com o outro ou acham que não se enquadram nos “ padrões” estabelecidos pela sociedade, caso não elabore tais conflitos, resignificando seus conceitos, pode vir a se sentir solitário ou não adequado ao convívio em grupos, comprometendo sua autoestima.  Com a ajuda do profissional de psicologia, irá trabalhando as dificuldades e buscar formas saudáveis de comunicação e enfrentando situações da fase madura da vida. 
   Não existe um tempo estimado para permanecia na internet, o que devemos observar é nosso grau de dependência, se conseguimos ficar sem o acesso as redes sociais por algum tempo, se a ansiedade toma conta quando estamos sem este tipo de comunicação. Fique alerta, este tipo de situação é mais comum do que imaginamos, mas se acompanhado quanto antes, poderemos aprender a utilizar a tecnologia a nosso favor.


Manoel Alberto Borges Filho
(Psicólogo Clínico)

(91) 98219-5599

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