Dr.
Manoel, do ponto de vista psicológico, esse meio de comunicação pode revelar no
ser humano carência, solidão e baixa autoestima?
As compulsões, de modo geral,
são hábitos aprendidos e seguidos para alguma gratificação emocional,
normalmente alivio de ansiedade e/ou angustia, são hábitos mal adaptativos que
já foram executados inúmeras vezes e acontecem quase de forma automática.
Diz-se mal adaptativos, porque são executados para aliviar ou compensar a falta
de algo, mas não cumprem seu real papel, que seria de bem estar pleno, por isso
que se torna repetitivos.
Existem vários tipos de
comportamentos compulsivos: por compras, por trabalho, por exercícios físicos,
por comida etc... e por vezes as pessoas que mantém estes comportamentos, não
percebem, são percebidos por pessoas que convivem com elas.
A internet, como qualquer outra
coisa, surgiu pela necessidade do homem, de conhecimento e comunicação entre as
pessoas. Redes Sociais deveriam facilitar esta busca da humanidade, porem junto
com esta necessidade de avanço vem os efeitos colaterais ou negativos: a
compulsão. E como poderemos saber se estamos compulsivos? Se avaliarmos a
intensidade e a frequência em que executamos estes comportamentos, o exagero
causa prejuízo em todos os sentidos, as vezes, como estes atos são
inconscientes, necessita de uma ajuda profissional para esta analise, se o
individuo deixa de executar atividades da vida diária, troca a noite pelo dia,
falha com compromissos pré-agendados, deve buscar entender o “porque” (causa)
de tais comportamentos.
O risco que corremos nas redes
sociais é que ela nos leva para o mundo da fantasia, do “faz de conta”, tudo é
permitido ou “mascarado” quando não estamos na presença do outro. E este mundo
fantasioso é comum quando estamos na infância, adultos com este comportamento,
remetem falta de maturidade, necessita de elaborar possíveis conflitos para
tornarem-se maduros, mas alguns adultos não conseguem perceber que amadureceram
e que necessita enfrentar desafios que a vida lhe oferece. Uma das causas do
individuo preferir esta forma de comunicação fantasiosa, a virtual, é
exatamente a carência, é como se não estivesse satisfeito consigo próprio, com
a forma que se comunica com o outro ou acham que não se enquadram nos “
padrões” estabelecidos pela sociedade, caso não elabore tais conflitos,
resignificando seus conceitos, pode vir a se sentir solitário ou não adequado
ao convívio em grupos, comprometendo sua autoestima. Com a ajuda do profissional de psicologia,
irá trabalhando as dificuldades e buscar formas saudáveis de comunicação e
enfrentando situações da fase madura da vida.
Não existe um tempo estimado para permanecia
na internet, o que devemos observar é nosso grau de dependência, se conseguimos
ficar sem o acesso as redes sociais por algum tempo, se a ansiedade toma conta
quando estamos sem este tipo de comunicação. Fique alerta, este tipo de
situação é mais comum do que imaginamos, mas se acompanhado quanto antes,
poderemos aprender a utilizar a tecnologia a nosso favor.
Manoel Alberto Borges Filho
(Psicólogo Clínico)
(91) 98219-5599
Nenhum comentário:
Postar um comentário