De acordo com
a polícia, o grupo pretendia ocupar uma propriedade rural. Mais de 20 armas de
vários calibres e munições foram apreendidas.
Uma equipe da Polícia Militar de Jacundá interceptou um
comboio com aproximadamente 90 pessoas na madrugada de quarta-feira (30) na
rodovia PA-150, que estava com 22 armas de vários calibres e munições. Diante
do flagrante, o delegado Sérgio Máximo indiciou 39 homens sob a acusação de
posse ilegal de arma e formação de quadrilha com associação criminosa.
À reportagem, o capitão PM Rogério Pereira, disse que o
comando militar havia recebido a informação sobre a existência de um grupo
armado que estaria saindo da cidade de Rondon do Pará com destino à Jacundá.
“Inclusive, esse grupo era formado por vários homens fortemente armados, e
viajam em um comboio o qual flagramos, por volta de 1h40, na rodovia.
Verificamos a situação dos envolvidos e os conduzimos a Delegacia de Jacundá,
onde constatou-se a existência de dezenas de armas e munições e ainda material
concernente a invasores de terra. Eles estavam preparados para invadir uma
propriedade rural, no entanto, não informaram qual seria essa fazenda”,
explicou Rogério.
A interceptação a um caminhão, um carro modelo Fiat e 4
motos foi feita por três policiais militares. “Estávamos em desvantagem diante
do grupo de 38 homens transportando forte armamento, numa área da estrada
PA-150 e distante da cidade, onde agimos dentro da técnica policial e usamos a
autoridade policial para garantir a integridade e segurança dos acusados”.
O delegado Sérgio Máximo, responsável pela Depol de
Jacundá, explicou à Reportagem que diante do armamento encontrado no caminhão,
os acusados foram indiciados por posse de arma, formação de quadrilha com
intenção de associação criminosa. “Preservamos as mulheres e crianças, sendo
liberadas para voltar às cidades de origem”. Os 39 homens estão presos em
flagrante na Delegacia local. “Todos estão à disposição da Justiça, que foi
comunicada tão logo o grupo chegou aqui na delegacia”. Sérgio comunicou o fato
ao Delegado de Conflitos Agrários (Deca), Alexandre Silva e a Superintendência
da Polícia Civil Tucuruí.
Sem fornecer informações mais detalhadas, Sérgio explicou
também que o grupo afirmou desconhecer o proprietário do armamento. “Nenhum dos
envolvidos assumiu ser dono de arma, o que nos levou a indiciar todo o grupo”.
Os nomes dos indiciados não foram divulgados à imprensa.
Do lado de fora da Depol, entre os objetos dos sem-terra
verificava-se dezenas de sacos com roupas, utensílios domésticos e ferramentas.
“Estamos aqui sem comer desde ontem (30)”, disse uma mulher identificada por
Aparecida, que disse pertencer a uma associação, o qual não soube dizer o nome.
“Aqui tem gente de todo lugar”. Um ônibus foi disponibilizado para transportar
as mulheres, mas eles se recusam a deixar o prédio da Delegacia de Jacundá sem
a presença dos seus maridos, que estão presos. “Vamos solicitar a transferência
dos presos para o sistema penitenciário do Estado”, garantiu o delegado.
Outra mulher chamada de Carla Souza não explicou sobre o
destino do grupo. Disse apenas que saiu da cidade de Rondon do Pará com destino
a uma fazenda em Jacundá. Ela não soube ou se recusou a fornecer nome dos
líderes do movimento. E acrescentou que famílias de cidades de Marabá, Bom
Jesus do Tocantins, Abel Figueiredo e Rondon do Pará são integrantes do
movimento.
Informações de Antônio Barroso
Fonte: Via Jacundá
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