Marcas apresentam PH
da água abaixo do padrão de consumo.
Altos índices de acidez podem ser prejudiciais à saúde.
Altos índices de acidez podem ser prejudiciais à saúde.
Uma pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA)
apontou que a água consumida no estado está fora dos padrões de consumo. O
trabalho revelou que o líquido comercializado não é mineral, nem potável, e que
os altos índices de acidez apresentados pelas sete marcas pesquisadas podem ser
prejudiciais a saúde.
O levantamento foi feito pelo laboratório de
hidroquímica da UFPA. A água das sete empresas que comercializam no Pará foi
considerada imprópria para o consumo. Nas sete marcas pesquisadas, o PH, índice
que indica a acidez da água, está entre 3,74 e 4,52, bem abaixo do ideal, como
determina portaria do Ministério da Saúde sobre a qualidade da água para
consumo humano. A recomendação é que o PH seja mantido entre 6 e 9,5.
"Tem que entrar o Ministério Público, com as
análises que a gente fez, com tudo que a gente está dizendo, tudo que a
universidade está contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da
população, para proibir essas águas, tem que proibir isso aí, ou dar um jeito
de aumentar o PH. Existem maneiras de fazer isso e baratas, não são
caras", afirmou Milton Mata, doutor em hidrogeologia da universidade.
O consumo é considerado prejudicial, porque quanto
mais baixo o PH da água, mais ácida e prejudicial ela fica. Cinco das sete
marcas pesquisadas estavam com o PH abaixo de quatro. "Abaixo de quatro é
considerado crítico. Para se ter uma ideia, um suco ácido como o de maracujá, o
PH gira em torno de 3,5, 4, para se ter uma ideia do grau de acidez desse
líquido", explicou o cirurgião do aparelho digestivo, Thomás Rodrigues.
O que mais chama a atenção é que os dados
comprovados na pesquisa estão nos próprios rótulos das garrafas. Para comprar
água, a recepcionista Daniele Nascimento leva em consideração especialmente o
preço. Por semana, na casa dela, são consumidos três garrafões de 20 litros.
"A gente está correndo um grande risco, muitas
pessoas, assim como eu, não sabem sobre isso e muitas vezes não procuram saber.
A gente acha que é para o bem da gente e às vezes acaba prejudicando a saúde da
gente, porque tem que confiar, está dizendo que é mineral e a gente vai
confiar", afirmou.
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de
Águas Minerais informou que o PH da água ou de qualquer outro alimento,
independente de ser ácido ou não, não causa prejuízo para o organismo humano. O
Departamento Nacional de Produção Mineral, responsável pela fiscalização das
indústrias, disse que são coletadas amostras frequentes das águas
comercializadas no Pará e que entre os critérios analisados não consta a acidez
do produto.
A pesquisa completa sobre a qualidade das águas,
coordenada pelo Departamento de Geologia da UFPA, será divulgada na próxima
semana, durante a Semana de Meio Ambiente da universidade.
Repórter: Edson Riostópicos:
http://g1.globo.com/pa/
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