O fundo
de pensão dos trabalhadores da Petrobrás, a Petros, registrou em 2015 um
déficit acumulado em R$ 23,1 bilhões em três planos de previdência. Os
resultados foram apresentados nesta quinta-feira, 23, aos conselheiros do
fundo. Este é o terceiro ano consecutivo de perdas na Petros, o que exigirá um
aporte adicional de R$ 8 bilhões da Petrobrás para equacionar o rombo de um dos
planos em até 18 anos. Também os pensionistas e participantes da ativa deverão
fazer novas contribuições já a partir do próximo ano.
De
acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast,
serviço de informação em tempo real da Agência
Estado, o balanço da Petros foi aprovado com diversas ressalvas pela
auditoria independente PriceWaterhouse & Coopers (PwC). O “extenso”
relatório traz ainda observações sobre o resultado de investimentos do fundo,
um dos itens mais questionados pelos conselheiros.
A maior parte do déficit é referente ao Plano Petros do Sistema
Petrobrás (PPSP), o principal plano de trabalhadores da estatal, com R$ 22,6
bilhões acumulado até dezembro. Em 2014, as perdas do PPSP ficaram na faixa de
R$ 6,2 bilhões e em 2013, R$ 2,8 bilhões. O déficit acumulado representa 27% do
volume de recursos necessários para o pagamento de todos os benefícios aos mais
de 76 mil integrantes do plano.
Em fato relevante, a Petrobrás confirmou “situação deficitária”
do plano e necessidade de novas contribuições para que o plano volte ao limite
de déficit permitido – R$ 6,5 bilhões, de acordo com a estatal. O rombo
excedente a esse limite, R$ 16,1 bilhão, será coberto igualmente entre a
petroleira e os participantes, ativos e inativos, ao longo dos próximos 18
anos.
“O PPSP está sujeito a riscos previdenciários, atuariais e de
oscilações de variáveis de mercado. Assim, esse plano pode apresentar
insuficiências financeiras ao longo de sua existência”, informou a Petrobrás.
“As contribuições adicionais para equacionamento do déficit serão refletidas
nas demonstrações contábeis, à medida que forem efetivamente realizadas”,
completa o comunicado.
Os detalhes da repactuação serão definidos em até 60 dias após a
aprovação do balanço anual da Petros, previsto para julho. Em nota, a fundação
informou que o modelo “será amplamente discutido entre a patrocinadora, os
representantes dos participantes e a Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (Previc)”, órgão que regulamenta o setor.
Nos últimos 12 anos, os relatórios financeiros da Petros são
reprovados pelo Conselho Fiscal, que critica a gestão do patrimônio e os
investimentos de risco, como a Sete Brasil, criada para construir e fornecer
sondas de perfuração para a Petrobrás. A empresa está em recuperação judicial
com dívidas superiores a R$ 18 bilhões. O investimento da Petros na empresa foi
de R$ 1,4 bilhão.
Na última semana, a Petros já havia comunicado aos participantes
do PPSP que haveria necessidade de cobranças adicionais “para assegurar o
equilíbrio financeiro do plano”. No documento, o fundo apresenta como razão
para o déficit mudanças no perfil das famílias dos beneficiários – conforme
antecipou o Estado em janeiro. O fundo cita também fatores “conjunturais”, como
o “impacto negativo do cenário econômico do país sobre a rentabilidade dos
investimentos”.
Fonte: Agencia Brasil.
Fonte: Agencia Brasil.
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