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O ex-prefeito Dino, fez uma avaliação prévia de sua
vida política a frente da gestão municipal de Jacundá durante estes 7 anos e
cinco meses de governo.
Há 7 meses do término do seu segundo
mandato, o prefeito Izaldino Altoé (PT), o popular Dino, renunciou ao mandato
de prefeito de Jacundá. A comunicação foi oficializada na manhã de sexta-feira,
3, durante uma reunião com os vereadores do município. O ex-gestor alegou
problemas de saúde. O vice-prefeito Itonir Tavares será empossado na
segunda-feira, 6, na Câmara de Vereadores.
Carta de Renúncia
Na carta endereçada à Câmara de Vereadores,
o então prefeito Dino Altoé anexou dois atestados médicos que indicam “estado
de humor deprimido marcado por falta de concentração, falta de energia, insônia
e presença de intensa irritabilidade, não apresentando condições para o
trabalho”. Pessoalmente, ele disse que “ainda neste período, os médicos que me
acompanham orientaram o meu afastamento do cargo para cuidar da minha saúde
física e mental, contudo, no afã de querer sempre o melhor para a minha querida
Jacundá, que acolheu a mim e a minha família de forma tão calorosa desde que
aqui chegamos, não obedeci às recomendações”.
Mandato
Dino fez questão de dizer que nesses 7 anos
e cinco meses em que ocupou o cargo de prefeito, com apoio da população de
Jacundá, dedicou-se com entusiasmo e coragem às causas do Município, tendo
conseguido com auxílio do Governo Federal, nas gestões de Lula e Dilma, e do
governo estadual, na gestão de Ana Júlia e do Governador Simão Jatene, obras
públicas de grande relevância, além disso, ele agradeceu aos senadores,
deputados estaduais e federais que tem contribuído com Jacundá e, principalmente
aos grupo de vereadores que o apoiou dando-lhe governabilidade.
Entrevista
Em entrevista exclusiva concedida em sua
residência no início da tarde de sexta-feira, o gestor falou sobre a difícil
decisão de abdicar ao governo municipal. “Foi uma decisão difícil para mim, mas
tive apoio de minha esposa e filhos, dos meus pais e irmãos. Além disso, tenho
um grupo de apoio político e de amigos, um grupo de vereadores que me dou bem,
mas tenho que olhar para minha saúde. Durante o meu primeiro mandato o meu
nível de estresse trouxe consequência graves à minha saúde. Cheguei a iniciar um
tratamento de saúde, mas não obedeci. Esse quadro se agravou mais ainda”. Ele
disse que esses problemas foram se agravando a tal ponto de prejudicar algumas
decisões pessoais e administrativas.
O vice-prefeito
Sobre seu relacionamento com o vice-prefeito
Itonir Tavares, Dino disse que é uma pessoa de sua extrema confiança. “É um
vice-prefeito que confio muito, se não fosse um parceiro e amigo, eu não
renunciaria. Ele é capaz de dar prosseguimento ao meu governo, é um irmão. Não
tenho dúvida que deixando o cargo com ele, a nossa sociedade vai ganhar, pois
temos uma equipe de secretários eficientes, um grupo de colaboradores prontos
para ajudar”.
Comentários
Em relação a comentários sobre uma possível
pressão para deixar a Prefeitura, Dino foi enfático: “não fui pressionado por
ninguém, pelo contrário, o presidente do meu partido ficou comovido com minha
decisão. Cheguei a pegar um atestado médico para me licenciar da Prefeitura, e
durante essa crise financeira desse ano onde os recursos e repasses caíram drasticamente,
a burocracia para liberar parcelas das obras que estamos realizando, atraso de
repasses, dezenas de viagens a Brasília e Belém, terminei pagando um preço
alto. Cansei-me. Estou extremamente estressado e não quero cair no estado
depressivo novamente”.
Autocrítica e ações de governo
Dino faz uma autocrítica. “Não fiz política
de andar nas casas dos amigos, fazer reuniões. Corri para conseguir e terminar
as obras, melhorar o nosso sistema de saneamento básico. Entrei para trabalhar,
vou deixar mais de 40 obras, muitas delas em fase de conclusão. Sou o prefeito
que mais fez obras por Jacundá, muitas delas sonhos era sonho da sociedade como
é o caso do Terminal Rodoviário, projeto de água tratada que está quase
concluído, é outro sonho. Sinto orgulho de tudo que fiz por Jacundá e vou
continuar fazendo”.
Dino citou outro exemplo, a Unidade Básica
de Saúde que está em fase final de conclusão. No local era um matadouro de
animais que exalava mau cheiro na vizinhança. “Prometi remover o matadouro dali.
Hoje é um novo local, com rua pavimentada e uma importante obra de saúde, além
disso está também sendo concluída uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O
nosso Hospital Municipal está muito melhor, com a realização de cirurgiãs
diárias, enfermarias climatizadas e quadro de funcionários eficientes. Também
contamos com médicos nos postos de saúde e todos os programas funcionando
plenamente”.
Dino fez questão de destacar também a
construção de 938 casas populares. “Dezenas de famílias deixaram de pagar aluguel
ou morar de favor. Deixo também um ginásio poliesportivo que quando assumi era
apenas um esqueleto de construção. Concluímos e ainda realizamos a urbanização
da obra, que teve recursos do então governo Ana Júlia. Um grande espaço para a
realização de eventos, além da Praça CEU - Centro de Esportes Integrados - que
só três municípios do Pará conseguiram tal obra.
O ex-gestor explicou sobre a situação das
estradas vicinais. “Quando assumi, as estradas estavam muito piores que
atualmente e no período de verão eram intrafegáveis. Teve situação que consumiu
dois meses de trabalho para recuperá-las. Hoje é possível recuperar com uma
semana de trabalho a maioria dos trechos. Estamos no final do inverno e todas
as estradas são acessíveis, não estão boas, mas permite o deslocamento de
todos”.
Saúde e Família
Antes de finalizar a entrevistar, Dino
afirmou que pretende se dedicar a recuperação de sua saúde, voltar a dedicar-se
à religião, esporte e lazer e à sua família.
Repórter: Edson Rios.
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